Por que a maioria das empresas ainda desperdiça dinheiro na nuvem?
Mesmo com a promessa de elasticidade e pagamento sob demanda, muitos ambientes em AWS continuam com desperdício de recursos e falta de visibilidade financeira. O problema não está só na tecnologia, mas sim na ausência de cultura, governança e processos claros. É aí que entra o FinOps.
O que é FinOps e por que ele é mais importante do que você imagina?
Segundo a FinOps Foundation, organização sem fins lucrativos lançada em 2019 como um projeto da Linux Foundation, FinOps é uma prática cultural e operacional para maximizar o valor dos negócios na nuvem, permitindo decisões baseadas em dados em tempo real e promovendo a responsabilidade financeira por meio da colaboração entre times de engenharia, finanças e negócios. Destacam-se 3 elementos-chave:
Maximizar valor
FinOps não é apenas reduzir custos, mas garantir que cada real (ou dólar) investido na nuvem gere o maior retorno possível. Isso significa tomar decisões inteligentes sobre uso, alocação e investimento.
Decisões orientadas a dados
FinOps depende de dados precisos e atualizados — consumo, orçamentos, previsões — para permitir decisões eficazes, principalmente em ambientes que mudam rapidamente.
Responsabilidade compartilhada
A cultura FinOps exige que engenharia, finanças e áreas de negócio trabalhem juntas, com um entendimento comum sobre custos, previsões e metas. Não é um tema isolado da TI ou do financeiro.
A imagem abaixo ilustra com precisão os principais elementos do FinOps: maximizar valor, decisões orientadas por dados e responsabilidade compartilhada. Esses pilares estão dispostos em um ciclo contínuo, justamente para reforçar que o FinOps não é uma iniciativa pontual, mas sim uma prática recorrente, iterativa e em constante evolução dentro das organizações.

FinOps é:
- Alinhamento organizacional
- Visibilidade e conscientização de custos
- KPIs e monitoramento de desempenho
- Tomada de decisão baseada em dados
- Otimização de custos e uso
- E mais…
Na prática, ações de FinOps podem trazer o cenário abaixo para o cliente. Legal, né?

Agora que entendemos o potencial de economia e controle com FinOps, é hora de ir além.
Vamos aprender, passo a passo, como alcançar esse cenário de eficiência real e extrair o melhor que a nuvem pode oferecer, com visibilidade, automação e decisões financeiras mais inteligentes.
Os 5 pilares da otimização de custos na AWS
A AWS organiza sua estratégia de otimização em cinco pilares práticos, todos com impactos reais na fatura. Vamos explorar cada um deles:
1 – Rightsizing: escolha o tamanho certo dos recursos
Você sabia que boa parte dos servidores em nuvem está superdimensionada?
Exemplo real:
Uma instância m5.4xlarge custa cerca de $0,768/h. Se ela estiver sendo usada como se fosse uma m5.large ($0,096/h), há 87% de desperdício.
Como corrigir:
Use o AWS Compute Optimizer para analisar CPU, memória, disco e rede. Ele sugere o tipo e tamanho ideais sem comprometer a performance. Você pode também usar ferramentas como Zabbix, Pier Cloud ou Datadog.
2 – Elasticidade: escale para cima e para baixo automaticamente
A AWS foi feita para ser elástica, mas você está usando essa elasticidade de forma estratégica?
Recursos como Auto Scaling e Instance Scheduler permitem:
Ajustar recursos automaticamente conforme a demanda
Desligar ambientes de teste/QA à noite
Evitar picos de gasto com instâncias sempre ligadas
Ferramentas úteis:
Instance Scheduler
EventBridge + Lambda para desligar ambientes sob demanda
Ferramental de FinOps, como Pier Cloud
3 – Escolha do modelo de pagamento ideal
Existem basicamente 4 formas de pagar por recursos na AWS:
Modelo | Quando usar | Economia potencial |
---|---|---|
On-Demand | Workloads imprevisíveis | — |
Spot Instances | Cargas tolerantes a falhas | Até 90% |
Reserved Instances | Workloads constantes e previsíveis | Até 75% |
Savings Plans | Compromissos de uso por hora ($/h) | Até 75% |
O que são Reserved Instances (RIs) e Savings Plans (SPs)?
Quando falamos em otimização de custos na AWS, dois dos principais mecanismos são as Reserved Instances (Instâncias Reservadas) e os Savings Plans (Planos de Economia). Ambos funcionam como uma espécie de “cupom de desconto”, oferecendo valores muito mais baixos em troca de um compromisso de uso.
Como funcionam:
- São modelos de assinatura de cobrança: você contrata o desconto e ele é aplicado automaticamente a cada hora de uso elegível.
- O compromisso pode ser de 1 ou 3 anos, o que garante um preço reduzido para todas as horas dentro desse período.
Importante: Nenhum dos dois reserva capacidade real — o nome “Reserved Instance” pode confundir, mas é apenas um modelo de faturamento.
Qual é o ganho?
A economia pode chegar a até 75% em comparação com o modelo On-Demand, uma vantagem significativa para workloads estáveis e previsíveis.
Ideal para:
- Workloads constantes como bancos de dados
- Servidores de aplicação
- Ambientes de produção com uso regular
Dica Darede: Nunca compre RIs ou SPs antes de fazer o rightsizing. Comprar errado pode virar uma armadilha.
Ah, caso você compre errado, a AWS permite o cancelamento em até 7 dias corridos.
EC2 Spot Instances: Economia de até 90% para workloads adequados
As instâncias Spot da AWS EC2 oferecem uma oportunidade única de reduzir drasticamente os custos de computação, chegando a até 90% de economia em comparação com instâncias sob demanda.
No entanto, para tirar proveito dessa economia, é fundamental entender quando e como usá-las. Spot não é para qualquer carga de trabalho, mas sim para cenários que toleram interrupções eventuais.
Casos de uso recomendados para EC2 Spot:
- Aplicações stateless (sem dependência de estado local)
- Workloads tolerantes a falhas
- Processamento de big data
- Ambientes de containers (ECS, EKS, Docker)
- Pipelines de CI/CD
- Servidores web escaláveis
- Computação de alto desempenho (HPC)
- Ambientes de desenvolvimento e teste (Dev/Test)
Dica Darede: Se a sua aplicação pode ser interrompida e retomada sem prejuízo, Spot é uma excelente estratégia de FinOps.
4 – Otimização de armazenamento: o tipo importa muito
Você sabia que só em S3 existem mais de 6 classes de armazenamento?
A escolha correta pode representar milhares de dólares de economia ao longo de um ano.
- Use S3 Standard para arquivos ativos
- S3 Infrequent Access para dados pouco acessados
- S3 Glacier ou Deep Archive para arquivos arquivados
Também revise:
- Volumes EBS antigos (gp2 → gp3)
- Backups esquecidos (snapshots antigos e não usados)
- Arquivos duplicados
5 – Cultura de governança e visibilidade de custos
Nada disso funciona se as pessoas não estiverem engajadas.
- Crie uma política clara de tagging obrigatório
- Use dashboards interativos para mostrar os custos por time, aplicação, ambiente
- Defina KPIs de custo por projeto ou unidade de negócio
- Estimule revisões mensais de uso e gastos
Use ferramentas como:
- AWS TAG Editor
- AWS Cost Explorer
- Cloud Intelligence Dashboards (CID)
Dashboard que transforma a gestão de custo
A AWS oferece um conjunto poderoso de painéis customizáveis via Amazon QuickSight:
Dashboard | Para que serve |
---|---|
CUDOS | Detalhamento por recurso, conta, tag ou serviço |
KPI Dashboard | Acompanhar metas de FinOps por time ou unidade |
Compute Optimizer Dashboard | Sugestões de rightsizing com base em dados históricos |
Cost Intelligence Dashboard | Visão estratégica para diretoria e finanças |
Teste a demo pública do CUDOS:
https://cid.workshops.aws.dev/demo?dashboard=cudos
Dica Darede: Além do CUDOS, que é da própria AWS, existem ferramentas de mercado como a Pier Cloud, uma plataforma brasileira de FinOps multicloud que ajuda empresas a otimizar custos em AWS, Azure e GCP. Ela oferece dashboards completos (como o Lighthouse), automações inteligentes (start/stop, rightsizing) e chargeback detalhado por aplicação, time ou ambiente. Com foco em governança, previsibilidade e economia, a solução integra ainda ferramentas como Kubernetes e Direct Connect. A Pier Cloud é reconhecida pela FinOps Foundation e é parceira oficial da Darede.
✅ Checklist prático para aplicar FinOps agora...
- Habilite e padronize tags de custo (ex: ambiente, projeto, time)
- Configure alertas no AWS Budgets
- Rode o Compute Optimizer em toda a sua estrutura
- Faça sua primeira compra consciente de Savings Plans
- Implante uma ferramenta de FinOps — como o CUDOS, Pier Cloud ou outra ferramenta de mercado
- Defina revisões mensais de gastos com engenharia e finanças
- E conte com a Darede para essa necessidade…
🎓 Quer se aprofundar nos estudos?
Aqui vão alguns links essenciais para seu time:
Equipe de FinOps | Darede
Transformando custo em valor com inteligência e método.