Escrito por: Carlos Filho
24/10/2025
O Amazon ECS adicionou uma configuração que, à primeira vista, pode parecer discreta, mas que representa uma melhoria importante para quem busca maior controle sobre a disponibilidade e o comportamento das aplicações em produção. Com a nova opção chamada defaultLogDriverMode, agora é possível definir o modo padrão de operação do driver de logs: com ou sem bloqueio, dependendo da criticidade do destino de log na arquitetura da aplicação.
Na prática, isso significa que tarefas podem ser configuradas para não interromper a execução caso ocorra uma falha no roteamento de logs, ou, ao contrário, podem ser deliberadamente impedidas de rodar se não for possível enviar os logs para o destino previsto. Essa distinção não é apenas técnica; ela tem implicações diretas em ambientes onde compliance, rastreabilidade e auditoria são mandatórios.
Ao definir o modo non-blocking, o sistema assume que a perda temporária de logs não impede o funcionamento da aplicação, favorecendo a disponibilidade. Esse modelo costuma fazer sentido em cenários em que o log é importante, mas não é crítico para a continuidade das operações. Já no modo blocking, a lógica se inverte: se os logs não puderem ser roteados, a tarefa simplesmente não será iniciada. Esse comportamento é mais alinhado a workloads sensíveis, como transações financeiras, integrações reguladas ou sistemas em que o rastreamento completo das ações precisa ser garantido.
O novo comportamento pode ser definido como padrão em nível de conta, mas também pode ser sobrescrito individualmente nas definições de cada tarefa — o que oferece flexibilidade para lidar com diferentes exigências dentro do mesmo ambiente. A funcionalidade já está disponível em todas as regiões da AWS, mantendo a consistência de adoção global.
Esse tipo de ajuste fino é muitas vezes subestimado, mas faz parte de uma tendência mais ampla da AWS: dar ao time técnico a capacidade de controlar detalhes que, no conjunto, fortalecem a resiliência e a governança da operação em nuvem. Em contextos em que o tempo de indisponibilidade tem custo real — seja financeiro ou reputacional —, poder decidir o que acontece quando os logs falham é um diferencial.
Profissional com experiência em arquitetura de negócios, multi-cloud e FinOps, atuando em soluções estratégicas em AWS, GCP e Azure. Possui certificações avançadas em nuvem e mais de 6 anos de atuação em pré-vendas, implementação e suporte, com foco em otimização de custos e eficiência operacional. Sua carreira é direcionada para automação, monitoramento e confiabilidade em ambientes cloud-native, garantindo escalabilidade e eficiência operacional.





