Escrito por: Carlos Filho
Fala, pessoal! Tudo joia?
Cazalbé chegando na área para trazer este tema bastante interessante no que reflete ao suporte ao IPv6.
O suporte a IPv6 no Amazon MemoryDB marca uma mudança importante no desenho de arquiteturas em nuvem. A liberação do recurso em todas as regiões da AWS resolve um ponto sensível para quem trabalha com redes distribuídas e ambientes que precisam crescer com agilidade, sem esbarrar em restrições de endereçamento.
Gerenciar blocos IP em estruturas dinâmicas é, há tempos, uma das tarefas mais delicadas em projetos de médio e grande porte. Planos de endereçamento que pareciam bem dimensionados na fase inicial rapidamente se mostram apertados com a chegada de novas workloads, integrações e ambientes. Isso leva a uma série de contornos arquiteturais, como múltiplas VPCs, sobreposições de CIDR e dependência de NAT — o que inevitavelmente encarece e complexifica a operação.
A escassez de endereços IPv4 é um tema antigo, mas continua pegando muita gente de surpresa quando se torna um obstáculo concreto no ambiente. A introdução do suporte a IPv6 no MemoryDB ajuda a aliviar esse gargalo, oferecendo a opção de clusters que operam exclusivamente com IPv6 ou em modo dual-stack — o que permite compatibilidade com sistemas legados e, ao mesmo tempo, abre caminho para redes mais modernas.
Outro reflexo positivo está na governança de ambientes multi-conta. A sobreposição de blocos IP entre VPCs, que exige constante cuidado, praticamente deixa de existir com o espaço expandido do IPv6. Isso contribui para arquiteturas mais limpas, mais seguras e menos sujeitas a retrabalho ao longo do tempo.
Além dos aspectos técnicos, há também pressões regulatórias ganhando espaço, especialmente em setores mais exigentes. O IPv6 já começa a aparecer como pré-requisito em políticas de compliance, interoperabilidade e segurança. Com o recurso disponível no serviço, fica mais simples cumprir essas exigências sem ter que improvisar soluções alternativas.
A definição do suporte a IPv6 pode ser feita já na criação do cluster, utilizando Console, CLI ou SDK, como de praxe nos serviços da AWS. O MemoryDB agora oferece suporte ao Valkey 7+ e ao Redis OSS 6.2+, versões bastante utilizadas em arquiteturas modernas.
Quando o projeto é pensado com IPv6 desde o início, a infraestrutura tende a enfrentar menos limitações com o passar do tempo. A flexibilidade no endereçamento reduz os riscos de bloqueios técnicos e facilita o crescimento de forma mais estável e organizada.
Para quem ainda está planejando a transição, iniciar com uma arquitetura dual-stack costuma ser a abordagem mais segura. Isso permite validar ferramentas, ajustar controles e acompanhar o comportamento da rede antes de avançar para um ambiente exclusivamente IPv6.
A chegada do suporte a IPv6 no MemoryDB é uma adição muito bem-vinda para quem trabalha com ambientes em nuvem e precisa lidar com o desafio constante de escalabilidade e governança de rede. Além de resolver entraves técnicos, abre espaço para arquiteturas mais preparadas para o futuro — sem complicar quem ainda depende de sistemas legados. Vale a pena acompanhar de perto e, para quem puder, começar a experimentar com o dual-stack. Pequenos ajustes hoje podem evitar grandes dores de cabeça amanhã.
Aqui na Darede, sempre temos o intuito de acompanhar de perto as evoluções da AWS para orientar os nossos clientes na adoção de soluções modernas, seguras e escaláveis. Se a transição para IPv6 está no seu roadmap, vale conversar com um especialista da nossa equipe para estruturar essa migração com confiança.
Profissional com experiência em arquitetura de negócios, multi-cloud e FinOps, atuando em soluções estratégicas em AWS, GCP e Azure. Possui certificações avançadas em nuvem e mais de 6 anos de atuação em pré-vendas, implementação e suporte, com foco em otimização de custos e eficiência operacional. Sua carreira é direcionada para automação, monitoramento e confiabilidade em ambientes cloud-native, garantindo escalabilidade e eficiência operacional.





