O termo tem uma conotação muito abrangente e nos últimos anos um apelo de Marketing muito maior que uma definição técnica, tudo hoje é relacionado com Cloud/Nuvem com o intuito de agregar valor comercial ao produto ofertado.
Qualquer definição dada ao termo pode ser contestada, uma vez que não existe um órgão, instituição ou comitê que especifique termos de tecnologia, até projetos como o Techterms e Wikipédia, são a opinião de pessoas a respeito do uso do termo e não uma unanimidade. Assim o conteúdo desse artigo é nossa opinião sobre o uso do termo Cloud e mais importante nossa definição do que ”Cloud Computing” (que para nós são coisas diferentes).
O início
Desde o primeiro diagrama de tecnologia que vi, o desenho da nuvem representa a Internet ou uma conexão WAN (externa à rede Interna):
Diagrama/Topologia de Rede de Exemplo
Fica claro então, que Cloud está relacionado a rede pública, ou o que está externo ao ambiente de rede interna.
Muito antes do termo Cloud ser usado, serviços já eram oferecidos na Internet, como hospedagem de sites, email, streaming de vídeo, etc. Tudo mudou com o conceito de ”Cloud Computing”, que foi largamente difundido com o lançamento dos primeiros produtos da AWS (Amazon Web Services).
Com o sucesso dos produtos da AWS e da popularização do termo, outros serviços passaram a ser associado a Cloud, inclusive serviços de Internet que já existiam se associaram ao termo Cloud como apelo de Marketing e como símbolo de inovação.
Como diversos produtos são associados ao termo Cloud, organizamos eles em grupos, ou tipos de produtos Cloud. Uma abordagem mais utilizada (inclusive pela Microsoft) organiza os produtos Cloud em:
• OnPremise: Ao que está desassociado da nuvem, fora da Cloud;
• Infrastucture As A Service (IaaS): Quando os equipamentos, ou Infraestrutura, são oferecidos como serviço, e o Sistema Operacional (Windows, Linux, etc) é responsabilidade nossa (quem contrata);
• Plataform As A Service (PaaS): Aqui o Sistema Operacional não é responsabilidade do cliente, não temos acesso ao Windows/Linux, usamos por exemplo, apenas o Banco de Dados, Servidor Web, etc.
• Software As A Service (SaaS): Aplicação completa oferecida como serviço, o cliente apenas consome o App, exemplo são ERP, Serviço de Email, Spotfy, Netflix, etc.
Fonte: https://azure.microsoft.com/pt-br/overview/what-is-paas/
Porém para nós da Darede, a visão acima não é o melhor agrupamento, uma vez que não agrupa serviços que devem/podem ser comparados entre si, e a linha entre eles é muito tênue e pode causar confusões. Entendemos que o melhor agrupamento dos serviços de Cloud são:
• Cloud Computing: Aqui é o que a maior parte dos profissionais de TI entendem por Cloud, funciona como uma terceirização de hardware. Porém diferente de colocation, VPS e Servidor dedicado, que já existiam antes do conceito de ”Cloud Computing”, aqui falamos em:
o AWS,
o Azure,
o e Google Cloud Platform.
• Licenciamento como Serviço (LaaS): É muito comum ver software sendo vendidos ‘em Cloud’. A ideia aqui é pagar pelo tempo que usa e não um valor pela aquisição de licença como o antigo modelo praticado desde a década de 80. A receita tem sido boa tanto para quem vende, como para quem compra. Exemplos de LaaS:
o Adobe,
o Pacote Office,
o AutoCAD
• Software como Serviço (SaaS): Aqui incluímos sistemas que são contratados como serviço e hospedados na Internet. O fornecedor usa sua grande infraestrutura de equipamentos e vende em pequenas fatias, por exemplo $1 por usuário por mês. Aqui alguns produtos em SaaS:
o Google G Suite,
o Office 365,
o Pipedrive,
o SalesForce
o Dropbox,
o Spotfy,
o Netflix
Agora fica mais fácil entender qual ‘Set’ de produtos você irá utilizar em cada um dos Modelos de Cloud, ou usar onPremise se fizer sentido.
Aqui algumas perguntas que pode lhe ajudar a montar esse ‘Set’ de fornecedores de serviços em cloud:
1. Utilizar email corporativo próprio ou SaaS?
2. Adquirir uma licença de 10 mil reais ou pagar 200 reais por mês para usa-la?
3. Qual fornecedor de “Cloud Computing” usar?
4. Hospedar uma aplicação onPremise ou em “Cloud Computing”?
5. Vou armazenar meus arquivos onPremise, em “Cloud Computing” ou usando algum SaaS?
Cloud Computing
Agora vamos nos aprofundar um pouco em ”Cloud Computing”, que é a maior área de atuação Darede, pois está diretamente associada ao uso de poder computacional para nossas aplicações.
É muito comum ver fornecedores de serviços de Infraestrutura na Internet que se intitula “Cloud Computing”, quando está na verdade oferecendo produtos anteriores a “Cloud Computing” abaixo exemplo de produtos que NÃO SÃO “Cloud Computing”:
• Colocation: Espaço com energia, ar-condicionado e acesso à Internet para instalarmos nosso computador;
• Servidor Dedicado: Quando o servidor é instalado na estrutura do provedor de serviço e nós temos acesso ao Sistema Operacional;
• VPS: Sigla para Virtual Private Server, que é simplesmente um servidor virtual contratado como serviço;
Mas afinal, qual o limite entre Cloud Computing e Infraestrutura com Serviço na Internet? Entendemos que para ser considerado “Cloud Computing”, o produto precisa ter, no mínimo:
• Política do “Pague somente pelo que use”;
• Capacidade Ilimitada* de crescimento imediato;
• Estrutura “scriptável” onde é possível interagir com 100% através de APIs, ou outro método.
*Capacidade Ilimitada pode ser muito abrangente, afinal sempre há um ou alguns limites, mas o que quero dizer, é ter uma capacidade disponível de centenas ou milhares de vezes maior que a capacidade mínima contratada.
Com isso, muitos de vocês que estão lendo devem ter percebido (e esse é o intuito principal desse artigo), que Cloud Computing é muito mais que Infraestrutura Como Serviço na Internet e talvez até descoberto coisas que não sabia! =)
Aqui uma lista de coisa que você pode fazer com “Cloud Computing” e talvez não soubesse:
• Pagar por servidor por segundo ligado (sim se um servidor fica liga 90 segundos, você pagará apenas por esses segundos, caso desligue, para de pagar);
• Aumentar sua capacidade computacional em 10, 100, 1000 vezes por apenas algumas horas e pagar somente por isso;
• Possuir um site de contingência pagando R$0, e pagar por ele apenas pelos dias utilizados (e se forem utilizados);
• Hospedar sua aplicação em Datacenters distintos sem pagar nada por isso;
• Criar um script para subir uma estrutura em poucos segundos, seja ela de 1 serviço/servidor ou de centenas de milhares;
• Ter a mesma capacidade computacional de empresas referência em tecnologia e inovação (como Amazon, americanas.com.br, MercadoLivre, R7) pagando proporcionalmente ao tamanho do seu negócio;
• Fazer seu backup pagando U$0,004 (sim, menos de meio centavo);
• Ter velocidade de Internet ILIMITADA!

Flavio Rescia Dias
CTO & Co-Fundador da Darede
flavio.rescia@darede.com.br
Atuando desde 2006 no mercado de tecnologia, Flávio Rescia é um dos fundadores da Darede, empresa de consultoria de serviços de TI, na qual atua como CTO. Ele possui diversas especializações no setor, sendo a última a Certificação AWS Solutions Architect – Professional.